Na segunda, 6 de maio, pude conferir a abertura da mais nova exposição da Japan House São Paulo, que vai falar sobre um tema que eu gosto muito: moda japonesa!

O nome é "Efeito Japão: moda em 15 atos" e exibe transformações da moda no país, por meio de 15 peças de designers renomados criadas desde a década de 1950 aos anos 2000.

Efeito Japão: moda em 15 atos | Créditos: Wagner Romano

 Sempre admirei o estilo das japonesas no geral, elas conseguem trazer estilo com roupas largas, serem muito modernas vestindo o básico e tendo uma elegância excepcional. Acho importante para quem estuda moda visitar a exposição, ela não só conta com diferentes formas criativas, como mostra a evolução do uso de tecidos e composições, inserção de cores e mistura entre o design do Ocidente com o Oriente.

Kunihiko Morinaga/ANREALAGE (2010-2011) | Créditos: Wagner Romano

 

Ao fundo há uma linha temporal que identifica a escolha das 15 peças escolhidas para a exposição, que foram selecionadas pelo diretor de moda Souta Yamaguchi - responsável pelo design das roupas utilizadas pelo staff na cerimônia de entrega de medalhas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tokyo 2020

Dentre as peças selecionadas especialmente para a exposição, estão produções de Hanae Mori (1926 - 2022); Masao Mizuno (1928 - 2014); Kansai Yamamoto (1944 - 2020); Kenzo Takada (1939 - 2020); Yohji Yamamoto (1943); Isao Kaneko (1939); Yoshiki Hishinuma (1958); Issey Miyake (1938 - 2022); Junya Watanabe (1961); Jun Takahashi (1969); Kunihiko Morinaga (1980); Junichi Abe (1965) e Chitose Abe (1965). 

Linha do tempo | Créditos: Wagner Romano

Embora não tenhamos tanto holofote para a moda da Ásia aqui no Brasil, com certeza quem gosta deste tema irá reconhecer nomes de algum estilista, como foi meu caso com Issey Miyake e Junya Watanabe.

Cada peça tem uma plaquinha que conta com a descrição do tecido, nome do estilista e da obra em si. Há peças bem diferentes, e outras que daria para sair usando hoje, sem nem perceber que não é uma criação atual.

A exposição conta com recursos táteis, audiodescrição e vídeo libras, e tem entrada gratuita e em cartaz até 1º de setembro.

A Japan House São Paulo fica na Avenida Paulista, 52 próximo à estação Brigadeiro, da linha verde do metrô.

 

 

 Já tem um tempo que tanto aqui, quanto no meu Instagram (@vsusaki) tenho tentado celebrar a cultura asiática de alguma forma. Seja indicando seriados, filmes, falando sobre gastronomia e também sobre exposições.

Embaixador Kim Namjoon para Bottega Veneta | (Imagem divulgação)

Eu sou fã do BTS, grupo coreano de músicos, que ajudaram a Ásia a ganhar mais atenção e respeito do Ocidente, o que trouxe produtos novos e mais visibilidade para descendentes de todas as etnias do leste asiático aqui pelo Brasil, incluindo japoneses, sul-coreanos e chineses.

Kim Namjoon na exposição Willow Drum Oriole | (Imagem divulgação)

 

Acompanho sempre os stories dos membros do BTS, e o RM, ou Kim Namjoon, é muito ligado às artes, e sempre diz que queria que o mundo conhecesse o potencial da arte coreana. Por isso, ele foi convidado pela marca Bottega Veneta para ser seu embaixador. 

Em um dos stories do Namjoon ele participou de um evento da marca italiana apoiando uma artista coreana, mas como eu não entendo coreano direito e a tradução do Instagram é péssima, fiquei sem entender direito, até que, recebi um release da marca contando detalhes do que foi essa exposição. E trago aqui para vocês fãs de k-pop, de BTS, de doramas, para entender.

"Uma exposição individual de Suki Seokyeong Kang, intitulada Willow Drum Oriole, foi inaugurada em setembro em Seul, no Leeum Museum of Art, em parceria com Bottega Veneta.

Willow Drum Oriole, título da exposição e de um novo trabalho em vídeo, é uma metáfora para os sábios de outrora que liam os movimentos e sons dos papagaios voando para dentro e para fora das folhas dos salgueiros, como se quisessem tecer um fio em o tecido da paisagem. Kang prevê uma paisagem de “visão real” na qual a presença e o movimento daqueles que nos rodeiam são percebidos e inter-relacionados. Empregando sua sensibilidade única para experiências audiovisuais, táteis e espaçotemporais, a exposição revela uma paisagem das obras de Suki Seokyeong Kang.

Detalhes da exposição de Suki Seokyeong Kang

“Embora cada uma das obras da paisagem exista em diferentes formas e maneiras, elas desvendam coletivamente uma narrativa de união à medida que se integram e se dispersam organicamente. O artista apresenta assim uma arena na qual eu, você e nós existimos de forma saudável, mediando persistentemente nossos desequilíbrios e diferenças.” – Museu de Arte Leeum.

Na noite de abertura, uma série de “ativações”, uma espécie de performance concebida pela artista para visualizar sua exploração da narrativa espacial e do espaço do indivíduo na sociedade, foi apresentada com o apoio da Bottega Veneta.

“Há anos que admiro o trabalho da Suki. Com o apoio da Bottega Veneta, temos a sorte de celebrar um artista contemporâneo incrível.”

“Através de Willow Drum Oriole, quis expandir a noção de cenário em todos os sentidos da palavra. Imaginei milhares de papagaios voando dentro e fora das montanhas e da paisagem, reunindo-se e dispersando-se em enormes bandos.”

 Suki Seokyeong Kang: Willow Drum Oriole estará em exibição a partir de 7 de setembro – 31 de dezembro de 2023.

 Como vocês sabem sou descendente de japoneses e tenho bastante orgulho disso, por isso, sempre que posso, comento algo da cultura que possa ajudar outras pessoas, ou que seja interessante para vocês! E como estamos na reta final de 2021, vim mostrar algumas tradições de fim de ano japonesas que se pode tentar por aqui também, inovar né?

A passagem de um ano para o outro no Japão é conhecida como "Oshougatsu", e é muito importante pois acredita-se ser um período para renovar as energias e recomeçar. Muitos templos e santuários fazem festivais e recebem visitantes de todo país pedindo por saúde, prosperidade e sorte nos estudos, trabalho e amor, sendo comemorado do dia 31 de dezembro até dia 3 de janeiro.

 

Osechi Ryori - ou marmita de ano novo | (Imagem Shutterstock)

Recebi um release muito bacana da JNTO (Organização Nacional do Turismo Japonês) que compara os costumes japoneses com alguns brasileiros, vamos ver?

1. Bonenkai（忘年会） ou a nossa “Festa da Firma” é uma confraternização bastante comum entre grupos de colegas de trabalho ou entre amigos. Seu nome, traduzido ao pé da letra significa algo como “festa para esquecer o ano”. É realizada em grande parte dos escritórios e corporações, geralmente nos dias que antecedem o recesso do final de ano.  


2. Oshogatsu-kazari (お正月飾り）
Guirlanda japonesa? Na terra do Sol Nascente também se enfeitam as casas para a passagem de ano e as decorações são conhecidas como oshogatsu-kazari. Um arranjo bastante comum a decorar as residências neste período é o Kado Matsu（門松） feito de bambu (para prosperidade) e ramos de pinheiro (simbolizando longevidade).


3. Joya no kane (除夜の鐘), bate o sino … Joya no kane ou em tradução livre “sinos do ano-novo”  marcam as 108 badaladas do ritual com o qual se recebe o ano novo nos templos budistas, quando os templos fazem ressoar na noite do dia 31 em contagem regressiva para afastar más energias.


A última badalada acontece exatamente à meia noite e marca a virada do ano e a purificação dos homens. Já nos templos xintoístas, um ritual tradicional é o Saitan-sai, realizado na madrugada de 1º de janeiro, com orações pelas bênçãos para o ano novo.


4. Osechi Ryori (おせち料理）é uma tradição também repleta de significados, como o cardápio da nossa ceia de Ano Novo. Comer lentilhas e romãs para atrair prosperidade e preferir a carne de porco porque ele “fuça para frente” às aves já que “ciscam para trás” são alguns dos costumes que associam o consumo de certos alimentos à boa sorte ou boa-fortuna.


No Japão, este hábito se traduz no Osechi Ryori, conjunto de pequenos pratos tradicionais servidos em belas caixas de “marmita” decoradas em laca de três ou quatro camadas chamadas jubako e teve seu início estimado na Era Heian (perído entre 794 e 1185).


Partilhada com todos os familiares e amigos, cada item da Jubako simboliza um desejo particular para o próximo ano. O camarão (Ebi), por exemplo, traz longevidade pois sua forma lembra as costas “curvadas” dos anciões. Para saúde, kuromame feijão preto, pois essa cor espanta maus espíritos e “mame” (grão ou feijão) significava originalmente saúde.


5. Oosouji (大掃除) ou, “a grande faxina” em tradução livre talvez não tenha uma correspondência óbvia nas tradições de final de ano aqui para o Brasil mas, depois de um período tão conturbado como foi 2021, ela pode ser muito bem vinda!


Os japoneses acreditam que levar bagagem desnecessária para um novo ano dá azar. O hábito tem seu valor prático (especialmente em tempos de protocolos sanitários revistos como os de hoje em dia) mas também carrega sábia simbologia. A limpeza de seu local de trabalho e sua casa ajuda a dar fim à desordem, endereçar negócios inacabados e repensar pensamentos não-construtivos. Assim, este ritual anual não é apenas um esfregar do espaço que ocupamos, mas é uma ritual de recomeço pautado pela limpeza, afastando maus espíritos e revitalizando energias.


Seja no Japão ou no Brasil, cada família tem sua própria tradição e costumes antigos, passados de geração em geração. O que não muda é o desejo de renovação que se faz presente neste período. 

Feliz Ano Novo a todos!

Lábios levemente borrados em tom rosa | (Imagem via Pinterest The beauty model)

Lábios com degradê coral | (Imagem via Pinterest Vogue UK)

 

Pinceis de boca Belliz | (Imagem divulgação)