O
título pode ser bem parcial, mas foi essa frase que ficou marcada na minha
cabeça na última aula de quarta do meu curso de Jornalismo de moda. Tínhamos na
banca da palestra o apresentador e produtor de moda Arlindo Gründ e a artista
visual Suzy Okamoto, o tema era sobre informação da moda, mas o Crocs acabou
aparecendo no meio por conta de uma aluna que se revoltou com o fato de que no
mercado de trabalho alguém pode ter conteúdo demais, mas quando não sabe se
apresentar, não consegue nem a chance de ser ouvido.
O
crocs é esse sapato para quem não conhece, depois que ele chegou ao Brasil
existem apenas dois tipos de opiniões sobre eles: aqueles que gostam e aqueles
que odeiam. Ninguém está negando o fato de que o acessório é confortável (pelo
que dizem, nunca coloquei nenhum no pé), mas o design dele não favorece nenhuma
roupa e ainda passa a impressão de que a pessoa é desleixada. O Arlindo quis
dizer isso, a imagem conta muito numa entrevista de emprego, numa apresentação
formal e social, ninguém quer tirar o mérito de um bom conteúdo, mas qual credibilidade
você daria para uma economista, jornalista, advogada ou professora de moda que
viesse dar palestra ou trabalhar usando um crocs? O chinelo é mais confortável
que ele, e é proibido até em restaurantes.
Resolvi
escrever sobre isso porque tenho aprendido bastante coisa sobre moda com o
curso e ainda assim encontro pessoas nesses ambientes que se recusam a aceitar
certas verdades, que querem falar que não pertencem a esse mundo, porque acham
que a moda é fútil, quando na verdade tem muito a ver com o comportamento
humano. A identidade, o valor cultural, a importância de uma criação, a moda é
parte da arte e da cultura e por isso vai entrar como prioridade como
investimento no Ministério da Cultura.
Eu
acredito que vestir-se bem não é necessariamente estar na moda, tanto porque ela
é versátil, volátil e tendenciosa, mas saber usar as roupas que valorizem seu
corpo, sua profissão e a situação é fundamental no processo de imagem pessoal.
Eu não vou dizer que concordo que o Crocs é suicídio moral, tanto porque se
você o usa dentro de sua casa ninguém tem a ver com isso, mas acho que quem
gosta desses sapatos precisa começar a ter percepção maior do que chamamos de
bom senso, principalmente em determinadas ocasiões.
E
vocês, acham que um dia o Crocs vai entrar em alguma passarela? Ou acham que ele
deveria ser, pelo menos reformulado, para ser bem aceito?
Só para finalizar, não se esqueçam do sorteio de um ano do blog, make importada!